Carga avaliada em R$ 100 mil, de acordo com o comprador, veio de Santa Catarina, mas não tinha selo de inspeção federal
Duas toneladas de camarão rosa foram jogadas em um lixão de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, após serem apreendidas por fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), no posto do órgão que fica na divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro.
A carga de camarão, estimada em R$ 100 mil, foi comprada pelo comerciante Ivan Soares Aleixo, de 39 anos, para ser vendida na peixaria dele, em Nova Almeida, na Serra.
No entanto, ele explicou que a mercadoria foi apreendida por não ter um selo federal, o Serviço de Inspeção Federal (SIF), que assegura a qualidade de produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis.
Ivan informou que a apreensão aconteceu às 20 horas, de terça-feira (18), e a destruição das duas toneladas de camarão ocorreu no início da tarde do dia seguinte.
De acordo com ele, a carga foi comprada em uma empresa de Santa Catarina, no Sul do País. Ao passar pelo posto do Idaf, na altura de Bom Jesus do Norte, no Sul do Espírito Santo, o condutor da carga foi abordado.
“Meu camarão rosa in natura estava vindo com nota fiscal, mas ele não tem o SIF, que é a inspeção federal, que eles exigem para comprar a mercadoria de outro estado. O camarão estava em um caminhão refrigerado, dentro dos padrões sanitários, dentro do tamanho para comercialização”, explicou ele.
Assim que soube da apreensão, Ivan foi até o posto para acompanhar o caso. O comerciante relatou que conseguiu fazer contato com o fornecedor dos camarões que aceitou receber de volta o produto e devolver o dinheiro de Ivan. Outra proposta foi doar o alimento para instituições para que não fosse descartado.
“Sugeri de fazer uma análise do camarão para mostrar que era de boa qualidade. Ele estava bem refrigerado e armazenado, as caixas estavam limpas. Disse que pagava essa analise, mas o fiscal foram irredutíveis”, afirmou ele.
As duas toneladas de camarão foram encaminhadas até o lixão em Cachoeiro, onde ao meio-dia, de quarta-feira, foram destruídas.
“O meu coração ficaria mais confortável se tivesse doado. Isso diminui o impacto psicológico. Mas ver sua mercadoria ser jogada no lixo e uma máquina passar por cima o impacto é muito forte e doloroso”, descreveu ele, que acompanhou o descarte da mercadoria.
Outro lado
A reportagem do Tribuna Online entrou em contato com o Idaf para saber o motivo da apreensão e destruição da carga.
O instituto informou, em nota, que a equipe do Posto de Fiscalização Agropecuária de Bom Jesus do Norte identificou, na última terça-feira (18), a carga irregular de camarão, proveniente de um entreposto de Santa Catarina, sem registro junto ao Serviço de Inspeção Oficial, que seria comercializado em local também sem o devido registro.
“Para esse tipo de situação, a legislação determina apreensão e destruição da carga, além de multa”, explicou o Idaf.
Segundo o instituto, todo produto de origem animal deve, obrigatoriamente, ser processado em estabelecimento registrado junto ao Serviço de Inspeção Oficial. “O estabelecimento que recebe os produtos também deve ser registrado”, frisou.
O Idaf ainda ressaltou que a fiscalização desses locais é baseada em normas, padrões de higiene e leis, que visam eliminar ou minimizar riscos de contaminação durante a industrialização e manipulação desses alimentos, “de modo a evitar contaminação por microrganismos, toxinas, parasitas, substâncias químicas ou outros agentes nocivos à saúde humana”. fonte: tribunaonline /portaldenoticias24horas