A vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes, se reuniu, nesta quinta-feira (02), no Palácio da Fonte Grande, em Vitória, com as titulares das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher discutindo uma melhor estruturação de projetos, que atuam numa perspectiva preventiva, visando à redução da violência contra a mulher em todo o Estado do Espirito Santo.
O tema debatido foi o projeto Homem que é Homem, um importante canal de reflexão e responsabilização para os autores de violência doméstica. A ideia é buscar parceiros no interior do Estado, por meio do programa Agenda Mulher, a fim de estruturar os Grupos Reflexivos para que os autores de violência doméstica tenham, nestes espaços, encontros qualificados, em que possam debater temas voltados para desconstrução de ideias sexistas e machistas, estimulando formas pacíficas de lidar com os conflitos. Esses encontros são conduzidos por uma equipe psicossocial da Polícia Civil.
Jacqueline Moraes acredita que nos grupos reflexivos os participantes têm a oportunidade de desconstruir sua conduta violenta, além de conscientizar-se das consequências da violência com mais facilidade. “Com esses grupos, investimos mais no entendimento, criando condições para que o ciclo de violência se rompa, por meio da instrução e da reflexão do que pela punição direta ao agressor”, defendeu.
Participaram da reunião a chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (DIV-Deam), delegada Cláudia Dematté; as delegadas da Polícia Civil Silvana de Castro Perim, Natália Tenorio, Juliana Saadeh e Francini Bergamini; as investigadoras Luciana Maria de Souza e Renata Duarte Lima Marchini e a psicóloga Ana Paula S. Milani, todas são ligadas ao Projeto Homem que é Homem.
Na reunião, a DIV-Deam apresentou um balanço das ações realizadas e previstas para o Projeto Homem que é Homem, que atualmente alcança 17 municípios do Estado, sendo que mais cinco municípios estão em processo de tratativas para a expansão. A delegada Claudia Dematté destacou a importância do diálogo para romper o ciclo de violência doméstica e familiar.
“Esse é um Projeto que muito orgulha a Polícia, a nossa Divisão e o Governo do Estado, estando no eixo social do Programa Estado Presente em Defesa da Vida. O Projeto envolve a dedicação, competência e o comprometimento de toda uma equipe que acredita na transformação social resultante desse trabalho. Por meio do Projeto trabalhamos com homens autores de violência doméstica e familiar contra a mulher por meio de grupos reflexivos, visando à desconstrução dos valores machistas que levam homens a praticarem atos absurdos e inaceitáveis de violência contra a mulher”, disse a delegada.
Na ocasião, a DIV-Deam também apresentou à vice-governadora os resultados das ações realizadas no “Agosto Lilás”, com foco no enfretamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Foram realizadas inúmeras palestras visando a dialogar, orientar e divulgar a Lei Maria da Penha; além de mais uma fase da Operação Maria’s, que resultou na prisão de 21 homens autores de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Durante o mês de agosto, a DIV-Deam registrou 1.213 boletins de ocorrência, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão domiciliar, encaminhou ao Poder Judiciário 742 pedidos de Medidas Protetivas de Urgência e instaurou 589 Inquéritos Policiais.
Homem que é Homem
Iniciado em 2015, abrangendo a Grande Vitória, atualmente o Projeto Homem que é Homem alcança 17 municípios do Espírito Santo. O projeto é desenvolvido pela Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Div-Deam), por meio da Seção de Projetos Educacionais, Prevenção e Estudo da Violência (SPEV).
Com o objetivo de interromper o ciclo de violência doméstica e familiar, homens autores de violência participam de encontros organizados por uma equipe psicossocial, composta por psicólogas e assistentes sociais da Polícia Civil, além das Delegadas das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.
Os temas abordados contemplam relações de gênero, formas pacíficas de lidar com os conflitos, identificação e reflexão a respeito das violências nas relações, bem como aspectos relativos à relação familiar, propondo pensar o espaço subjetivo ocupado na família como um lugar democrático de convivência.