Podemos e PSL tiveram a maior alta no número de postulantes aos cargos. Já o Democracia Cristã e PV assistiram os índices caírem
Acada eleição, os partidos que despontam como expoentes no pleito trocam de lugar e assumem novos postos. Mesmo as siglas tradicionais assistem o número de candidaturas aumentarem ou diminuírem. Em 2020, algumas siglas tiveram altas que variam de 100% a 330%.
Neste ano, o Podemos — antigo PTN — e o PSL tiveram a maior alta no número de postulantes aos cargos de vereador, prefeito e vice-prefeito. Na ponta contrária, o Democracia Cristã — antigo PSDC— e o PV. É o “elevador eleitoral” que muda as posições a cada disputa.
Os dados fazem parte de uma comparação do Metrópoles, com base em informações compiladas e divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2016 e de 2020.
O PSL, antigo partido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teve o maior ganho em número real de candidaturas: 11.593 — aumento de 110,1%. A sigla passou de 9.791 candidatos em 2016, para 20.627 este ano.
Em seguida, o Podemos viu suas candidaturas crescerem em 110,6%. Saltou de 9.791, no pleito anterior, para 20.627 na disputa eleitoral deste ano. Saldo positivo de 10.866.
Outros destaques são PSD e PP que aumentaram em mais de 30% seus números. O primeiro passou de 29.421 em 2016, para 39.617 este ano. O segundo, pulou de 28.031 há quatro anos, para 38.381 agora.
Encolheram
Na ponta contrária dos partidos que mais tiveram ganhos, pelo menos em termos de candidaturas, o PV foi o partido que mais assistiu a expressividade diminuir. A sigla que defende causas ambientais perdeu 4.719 candidatos no mesmo período. Encolhimento de 27,8%.
Na mesma tendência, o Democracia Cristã também viu em derrocada o número de postulantes. O partido perdeu 2.749 nomes. Passou de 7.607 em 2016, para 4.858 este ano: recuo de 36,1%.
Variação de até 330%
A variação proporcional, ou seja, quando se avalia a queda ou a alta em termos de porcentagem, mostra outras legendas que tiveram maior e menor alterações nas candidaturas.
Em termos de porcentagem, o partido Novo teve crescimento de 330%. Contudo, neste caso, os números absolutos são bem menos expressivos. O partido passou de 144 candidaturas há quatro anos, para 620 agora.
Por outro lado, a legenda com a maior redução proporcional de candidaturas foi o PCB, que passou de 243 inscritos em 2016 para 75 em 2020 — 69,14% a menos.
Avanço do conservadorismo
O professor aposentado de história política e contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) Antônio José Barbosa explica que normalmente o partido que está no poder tem uma capacidade de ramificação maior nas eleições municiais.
“Vimos isso com o Arena, durante o regime militar. Com o MDB, durante a redemocratização em 1985. Com o PSDB e as duas eleições de Fernando Henrique Cardoso. E por fim, com o PT, que levou quatro eleições”, explica.
Segundo o professor, essa tendência justificaria o avanço de partidos mais conservadores e ligados à direita. “Assistimos há 50 anos, mas tem fatores que devem ser observados”, pondera.
Ele frisa: “As eleições municipais tendem a ter uma dinâmica própria, que não se confunde com as eleições gerais. O buraco na rua, a falta de esgoto e água encanada funcionam como uma força muito grande nas eleições em pequenas e médias cidades”.
Por isso, o especialista faz o alerta. “Candidatos que vencerem nos grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, podem ser uma espécie de sinalizador para as eleições de 2022”, acrescenta. Mas, ele faz uma ressalta: “Dois anos no Brasil é como se fossem dois milênios”.
Líderes em candidaturas
Em 2020, TSE recebeu um número recorde de pedidos de registro de candidaturas. Foram 555.462. No pleito passado, o índice chegou a 496.927 — 10,5% menor.
Com 44.988 inscritos, o MDB é o partido com mais candidatos nas eleições municipais de 2020. Sozinho ele representa 8,1% de todas as candidaturas.
PSD e PP, que figuram na lista de aumento do volume de candidatos, também são as siglas que completam o ranking de partidos com mais candidatos. O PSD tem uma fatia de 7,1%. Já o PP tem 6,9%. fonte: metropoles /portaldenoticias24horas