A montagem “Terra Sem Males”, da Ehioze Cia de Dança, faz sua estreia online no próximo domingo (13), às 19h10, pelo perfil do grupo no Instagram
Uma das crenças sobrenaturais mais importantes dos índios brasileiros, a “terra sem males” faz referência a uma terra de felicidade, lazer eterno e imortalidade, onde não há guerras, fome e doenças. É navegando pelos sentidos e significados do mito guarani que a Ehioze Cia de Dança, de Vitória-ES, retorna aos palcos em espetáculo inédito e virtual. Gravada diretamente do Palácio da Cultura Sônia Cabral, no centro da capital capixaba, a atração tem sua estreia transmitida ao vivo no próximo domingo (13), às 19h10, pelo perfil do grupo no Instagram (@ciaehioze). A transmissão é gratuita.
Em um momento de pandemia e de crise no cenário político, a companhia reforça a ideia de que esta não é apenas uma utopia indígena, mas um desejo buscado por muitos no mundo contemporâneo. A partir da montagem, é passada a mensagem de que esse ideal deve, sim, ser alimentado. Contudo, a mudança deve começar com cada indivíduo, a partir do que está ao seu alcance. “Terra Sem Males” também tem como premissa dar visibilidade à cultura de uma comunidade tão importante para a história do Brasil.
“Temos como construção social capixaba os povos indígenas. Povos estes que, durante muito tempo, dominavam toda a extensão do estado, mesmo quando os brancos estavam colonizando e construindo a vila de Vitória. A ‘invisibilidade’ dos povos indígenas é uma marca dos textos mais populares da nossa história e, infelizmente, em nosso estado, o cenário não diverge”, afirma Elidio Netto, coreógrafo do espetáculo e também responsável pela pesquisa do tema.
Em cena, seis bailarinos apresentam o assunto através de movimentos da dança contemporânea. A configuração ceno-coreográficada montagem se estabelece com elementos que evocam uma aproximação entre público e artistas por meio do espaço cênico, da música, de elementos cênicos e dos corpos inscritos nos rituais e festividades da ancestral cultura afro-brasileira e indígena, ora expressando a força de um guerreiro, ora pela delicadeza de uma folha caindo.
“Referências à cultura indígena estão presentes em vários momentos da trilha graças ao uso de instrumentos característicos. Sementes, cascas e chocalhos, além da própria casaca, representam esse elo sonoro. Sons de pássaros e da mata se somam a essa textura”, explica.
Residência artística
A construção da atração se deu a partir de pesquisa realizada na residência artística “Territorialidade Ancestral – Terra Sem Males”, ministrada pelo pesquisador de culturas e coreógrafo. “Fizemos um estudo antropológico e corporal sobre origem, fertilidade, territorialidade e identidade e tratamos desse mito sob uma perspectiva atual, o que permitiu uma reflexão sobre diversos aspectos relacionados a variadas sensações causadas pelo processo”.
O espetáculo está sendo realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, fornecidos pelo Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, através da seleção de projetos e concessão de prêmios Artes Integradas. Todos os protocolos de prevenção à Covid-19 serão seguidos durante a gravação.
Serviço:
“Terra Sem Males”
O quê: Estreia virtual de espetáculo da Ehioze Cia de Dança
Quando: Domingo, 13 de junho, às 19h10
Onde: Transmissão ao vivo pelo perfil do grupo no Instagram @ciaehioze. Link: https://www.instagram.com/ciaehioze/
Classificação etária: Livre
Quanto: Grátis