por Basílio Machado
Muito tem se falado na disputa pela Presidência da República em 2022. Na verdade, a eleição já começou. Os dois principais candidatos, Bolsonaro e Lula, estão com o barco embalado, singrando em águas turvas e tempestuosas. Nesse furacão, vão se esbarrando, perdendo lascas, rasgando a vela, num processo obtuso onde a desgraça de um é a glória d’outro. Por outro lado, a tal terceira via vai flutuando em calmaria, num navio fantasma.
Sobre a política estadual, consultei meu barbeiro, Zacarias, que costuma acertar mais que o Datafolha. Pois bem. Segundo ele, nossa nau Capitânia 22 também está mais para navio fantasma. Nela estariam bem escondidinhos o Magno Malta (PL), Ricardo Ferraço (DEM), Sérgio Menegueli (Republicanos), Audifax Barcelos (Rede) e Carlos Manato (PSL). No porão, assim como quem não quer nada, estaria o Sérgio Majeski (PSB).
Explico. Até agora, nenhum deles conseguiu se viabilizar politicamente para enfrentar o governador, que também já está com o barco n’agua. Apesar dos furos no casco, Big House (PSB) vai levando o batel adiante. Lá no fantasmão, tá todo mundo esperando Godô, ou seja, o Paulo Hartung (PH), para saber o que fazer.
Caso PH dispute o senado, foge todo mundo da raia. Caso não dispute, resta saber quem ele vai ungir para o Governo. Apostaria no Audifax. Seu domicílio, Serra, é hoje o maior colégio eleitoral do Estado. Tem ainda a seu favor a popularidade na Grande Vitória, que detém metade do eleitorado capixaba. E é amigo de PH.
Sérgio Menegueli, ex-prefeito de Colatina, traz o norte e o noroeste do Estado pra arena estadual. Bem avaliado, pode dar trabalho a qualquer um na disputa pelo Senado. Falta-lhe apenas a rodagem que só uma campanha majoritária poderia lhe proporcionar. Uma disputa dele com o Magno Malta ao Senado seria imprevisível.
Ricardo Ferraço começou o ano animado, tomando para si o controle do DEM. Mas ficou nisso. Gosto dele, mas a cada dia ganha mais força a tese de que é um político copa do mundo. Aparece de quatro em quatro anos. Todavia, tem a rodagem que falta ao Menegueli. E a grife dos Ferraço.
Manato é bananeira que já deu cacho. Mas todo pé de banana vai crescendo por baixo da terra e ressurge no lado que o sol nasce. Ele quer o Palácio Anchieta pra chamar de seu. Para isso, terá que unir toda a direita estadual e torcer para os furos no casco do governador aumentarem. O sucesso de sua candidatura vai depender muito do momento de Bolsonaro.
E o Sérgio Masjeski? Bem, esse aí continua lá, no porão do fantasmão. Só manjando.
Até!