Dentre os tantos desafios enfrentados pelos professores durante a pandemia da Covid-19, adaptar as aulas presenciais de Educação Física às restrições sanitárias foi mais um deles. E todo esforço criativo se justifica, pois, após o retorno à escola, os professores perceberam significativas perdas de condicionamento, resistência, força, coordenação motora e flexibilidade na maioria dos alunos.
De acordo com o professor e coordenador de Educação Física do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Luis Claudio Battiston, no retorno às aulas presenciais, especialmente na Educação Infantil, os estudantes apresentaram cansaço excessivo com pouco tempo de aula. Outra situação observada foi nas turmas de natação do Ensino Fundamental I, nas quais os alunos apresentaram dificuldades de coordenação nos nados e na execução das distâncias que deveriam nadar. Já nos Ensinos Fundamental II e Médio, o que chamou a atenção foi a ocorrência de dores musculares nos dias posteriores às aulas, mesmo com a intensidade dos exercícios reduzida.
Luis Claudio conta que o cuidado principal foi promover uma readaptação gradual dos corpos às atividades, sem risco de lesões e cumprindo todos os protocolos sanitários, visto que as aulas como eram antigamente, com jogos coletivos, não podem ainda ser realizadas. Essa limitação aos exercícios levou ao desenvolvimento de diversas atividades individualizadas inovadoras.
As quadras foram adesivadas em quadrantes para manter o distanciamento, as paredes ganharam marcações e os materiais didáticos foram individualizados. “Inventamos novos tipos de jogos e dinâmicas que permitem a prática de alguns fundamentos, como quicar, chutar, arremessar, volear e correr, sem o contato corporal entre jogadores. Dessa forma, os alunos estão em movimento, mas de forma segura”, comenta.
O coordenador avalia que atualmente a maioria dos alunos já alcançou um nível de condicionamento satisfatório, principalmente aqueles que, além das aulas regulares, participam da Escola de Esportes em modalidades como natação, ginástica rítmica, cross kids, entre outras. Luis Claudio lembra que a disciplina, além dos benefícios físicos, traz ganhos cognitivos, psicomotores e emocionais. “A Educação Física desenvolve o protagonismo, estimula a qualidade de vida, forma cidadãos conscientes da importância de manter o corpo em movimento, promove a socialização, a cooperação, o trabalho em equipe e o respeito ao outro e às normas e regras”, finaliza.