Segundo as investigações, objetivo dos criminosos era causar instabilidade no processo eleitoral. Caso envolve 3 brasileiros e um português
A Justiça Eleitoral do Distrito Federal determinou a quebra dos sigilos dos dados de e-mail dos três brasileiros suspeitos de invadir o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um português também é suspeito de ter participado do ato, mas não teve seu sigilo de dados quebrado.
No sábado (28/11), a Polícia Federal (PF) e a polícia portuguesa prenderam, em Portugal, um hacker, cidadão português de 19 anos. Ele já estava há seis meses em prisão domiciliar no país por outros crimes cibernéticos.
As investigações apontam que a conexão entre o português e os três brasileiros foi estabelecida através de postagens na internet e troca de mensagens. Algumas mensagens continham agradecimentos que citavam um grupo do qual os hackers brasileiros fazem parte.
Segundo o inquérito do caso, o português teria enviado um link do TSE para os brasileiros em um chat. Após uma análise nos dados, os brasileiros teriam identificado uma área a ser atacada.
Em 15 de novembro, data do primeiro turno das eleições municipais, foram identificadas sete conexões. Outras dez foram identificadas pelos policiais no dia 19. Para os investigadores, isso mostra que os supostos ataques não foram efetivados por apenas uma pessoa, mas sim por um grupo de hackers.
A PF e o TSE avaliam que a tentativa de invasão ao sistema eleitoral foi responsável pela instabilidade nos serviços do e-Título, aplicativo da Justiça Eleitoral para justificar ausência na votação. No dia do primeiro turno, o aplicativo apresentou problemas.
Operação
A Justiça Eleitoral do DF ainda autorizou a operação de busca e apreensão contra os envolvidos no ataque ao TSE. Também foram autorizadas medidas cautelares que proíbem o contato entre os investigados.
A partir do material apreendido, a PF vai tentar descobrir, por exemplo, se os hackers agiram por alguma motivação política.
Na operação, foram apreendidos CDs, DVDs, pendrives, HDs, tablets e smartphones. Para que os investigadores pudessem ter acesso aos dados armazenados nos equipamentos, era necessária autorização judicial. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e concedido pela 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal.
Os crimes apurados no inquérito policial são os de invasão de dispositivo informático e de associação criminosa, ambos previstos no código penal; além de outros previstos no código eleitoral e na lei das eleições.