A Polícia Civil não tem um número exato de fraudes praticadas por meio do aplicativo, mas segundo o delegado titular, a unidade é requisitada diariamente para atender crimes do tipo
O número de ocorrências de crimes virtuais aumentou em 2020. Os casos mais frequentes na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) do Espírito Santo envolvem o aplicativo de mensagens WhatsApp, muito utilizado no Brasil – o que produz um grande número de vítimas, que não possuem um perfil específico, abrangendo pessoas de diversas idades e classes, moradores de diversas regiões administrativas.
O titular Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, comenta que a pandemia, aliada à quarentena e ao fechamento do comércio nos primeiros meses, trouxe dois elementos que impulsionaram o aumento dos registros de golpes cometidos: o maior tempo de utilização da internet e o crescimento no número de transações de comércio on-line.
A Polícia Civil não tem um número exato de fraudes praticadas por meio do WhatsApp, mas segundo o delegado titular da DRCC, a unidade é requisitada diariamente para atender crimes do tipo. “O registro desse tipo de ocorrência está cada dia mais comum. Todos os dias, somos procurados para auxiliar na investigação desses casos”, afirma.
Os crimes praticados em meio virtual incluem extorsão, estelionato e invasão de dispositivo móvel. Um dos que tem se tornado cada dia mais comum é o golpe do WhatsApp. O delegado contou que normalmente um estelionatário clona o aplicativo de mensagens da vítima e, se passando por ela, pede depósitos financeiros a amigos e familiares. Estelionatários fazem até perfil fake de estabelecimentos como hotéis, restaurantes e lojas para atrair com links de promoções falsas e assim conseguir ter acesso ao celular da vítima.
Atualmente ocorreu uma migração de atuação dos golpistas, do analógico para o digital. E essa migração, segundo o delegado, também quebrou fronteiras de distância para os criminosos, que não estão mais limitados a procurar alvos próximos. “Tem muita gente sendo vítima de crimes aqui no Espírito Santo por indivíduos que estão em outros estados, muitos deles em São Paulo”, alerta.
A única forma de evitar uma invasão no Whatsapp e proteger seus conhecidos de um golpe virtual é entender como os crimes acontecem e reforçar os mecanismos de segurança individuais. No WhasApp, por exemplo, é possível ativar a segurança através da “verificação em duas etapas”. Nesse caso, mesmo que a chave numérica seja entregue aos golpistas, a invasão não se concretiza, porque será necessário acrescentar uma senha de seis dígitos que apenas o usuário do número em questão conhece.

Caso o seu WhatsApp tenha sido clonado, o delegado orienta que, neste caso, o primeiro passo é avisar a sua família e amigos que isso aconteceu, já que quem está utilizando o seu número pode se passar por você para aplicar golpes. Depois, envie e-mail para support@whatsapp.com solicitando a desativação da conta. O usuário deve solicitar um novo chip junto à operadora e reinstalar o aplicativo. Lembrando que o ideal é que o maior número de pessoas possíveis deve denunciar a conta clonada para que ela seja removida pela empresa.
Os usuários devem ficar atentos, porque na maioria das vezes, o golpe ocorre após anúncios em plataformas online de compra e venda em redes sociais.O delegado alerta para que nunca repasse códigos de confirmação SMS para terceiros.
Proteja-se de golpes:
– Habilite a autenticação de dois fatores na sua conta de WhatsApp;
– Fique atento ao comportamento do seu celular. Ligações de números desconhecidos, aplicativos fechando sem explicação e chips que não funcionam podem significar que você foi atacado;
– Evite colocar informações pessoais nas redes sociais. Qualquer informação pode ser usada para um ataque de engenharia social (quando o golpista usa a persuasão para conseguir informações confidenciais), ou ataque phishing (mensagens inofensivas, mas que ,na verdade, escondem um malware);
– Caso algum desconhecido entre em contato, procure confirmar a autenticidade da pessoa. Tente buscar provas de que a pessoa com quem conversa é quem diz ser. Uma dica: peça para que ela lhe contacte por outra plataforma, como por uma conta verificada no Facebook ou um endereço de e-mail;
– Mantenha seus programas e aplicativos sempre atualizados. No geral, as atualizações trazem recursos que corrigem brechas de segurança. fonte: es360/ portaldenoticias24horas