Gás sobe pela 14ª vez e pode superar R$ 100

O gás de cozinha sofreu o 14º reajuste seguido e já ultrapassa os R$ 100 por botijão no Estado nesta semana.

A Petrobras aumentou em 5,9% o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), que é o gás de cozinha, com impacto de R$ 0,19 por quilo na venda para as distribuidoras a partir de ontem.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado (Sinregas-ES), Cristiano Vale, com o reajuste, o gás ficará entre R$ 4 e R$ 5 mais caro. “O novo valor será entre R$ 95 e R$ 100. Tem o aumento da gasolina, do transporte, tudo ficou mais caro ”, disse.

O presidente do sindicato explicou que as envasadoras do Estado estão localizadas na Serra, e quanto maior a distância da distribuidora, maior será o preço, pelo custo do transporte, podendo passar dos R$ 100.

De acordo com o vice-presidente do Sinregas-ES, Cléber Almeida, a livre concorrência vinha impedindo que o valor da botija aumentasse ainda mais. Segundo ele, o preço deve superar essa faixa em horários especiais e nos finais de semana.

De acordo com a Petrobras, assim como no caso da gasolina e demais combustíveis, os preços do GLP vendidos às distribuidoras têm como base o valor de paridade de importação, considerando ainda custos como transporte e taxas portuárias, por exemplo.

Em maio, a Petrobras também reajustou o preço do gás natural em 39%. A maior parte é consumida pela indústria (43%) e geração de energia elétrica (38%). Veículos movidos a gás utilizam 9%, e as famílias usam 2% do gás natural.

Cascata

Os aumentos seguidos provocam um efeito cascata que pode ter reflexos na indústria e até em bares e restaurantes. “O setor tenta represar esse repasse ao máximo, até um momento em que a operação justifique, mas chega um momento em que não tem como não repassar”, disse o presidente do Sindibares-ES, Rodrigo Vervloet.

Segundo o economista Eduardo Araújo, a precificação atrelada aos preços de importação, além do mercado oligopolizado, são alguns dos fatores que pesam nos seguidos aumentos do preço do gás.

“O consumidor acaba não tendo para onde fugir. É um item básico no orçamento, e a saída é tentar economizar em outras áreas. Afeta o consumidor, o pequeno empreendedor, todos”, disse.

Promessa de redução em 2 anos

Reajuste

• O gás de cozinha (GLP) teve o 14º aumento desde 2019, e o reajuste de 5,9% no preço médio às distribuidoras passou a valer ontem.

• O reajuste para as distribuidoras, indicou a petroleira, segue o equilíbrio com o mercado internacional e acompanha as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio.

• No estado, a botija de gás (13kg) pode superar R$ 100 já nesta semana, dependendo do local e horário de entrega.

Gás natural

• Em maio, a Petrobras anunciou um reajuste de 39% no preço do gás natural.

• Em 2019, o governo iniciou o programa Novo Mercado do Gás, prometendo queda de até 40% nos preços em até dois anos, com O fim do monopólio da distribuição.

• A lei que rege o programa somente foi aprovada no Congresso em março do ano passado. fontes: Petrobras e Sinregas-ES.