Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Projeto “Cores que Acolhem – Colorindo o Centro” realiza neste dia 08 de março, às 10h30, a entrega do mural “Marias do Centro”, em homenagem a mulheres que fizeram história no Espírito Santo. A criação artística tem o objetivo de reverenciar o empoderamento feminino e a importância da mulher na sociedade capixaba.
A obra está situada na Rua Sete de Setembro, próximo ao Morro da Fonte Grande, e integra o corredor cultural proposto pela Secretaria Municipal de Cultura de Vitória na região. Desenvolvido pelo Coletivo Cores que Acolhem, o projeto contempla mais de dois quilômetros de murais sobre temas relacionados às tradições do Centro, tendo como base pesquisas realizadas no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, com a participação de historiadores desta instituição.
Durante o lançamento do mural “Marias do Centro” haverá apresentação de um quarteto de cordas formado por mulheres, com números musicais inspirados nas lutas e conquistas do universo feminino.
O conjunto de murais finalizados pela equipe do projeto compreende a Rua Graciano Neves, a estação de força da EDP, a Praça da Fonte Grande, a quadra da escola de samba Unidos da Piedade, a Praça Irmã Josefa Hosanah, o muro da Cesan, a Escadaria do Rosário e o caminho da Fonte de São Benedito.
O projeto foi selecionado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória, dentro do processo de revitalização do Centro.
A pintura “Marias do Centro” está sendo executada por uma equipe de três artistas: Dani Tintori, Natália Tonon e Renata Nunes. As Marias homenageadas no mural são na ordem:
Maria Ortiz (1604-1646) – Considerada a primeira jovem heroína do Espírito Santo, teve papel fundamental no combate aos invasores holandeses ao Estado no século XVII. Registros apontam que faleceu em 1646, aos 42 anos de idade.
Maria Verônica da Pas (1948-1996) – Médica psiquiatra, militante do movimento negro e propulsora do movimento de mulheres negras no Espírito Santo, foi precursora em várias frentes da luta feminina. Foi idealizadora e primeira coordenadora do Museu Capixaba do Negro (Mucane), situado no Parque Moscoso. Após a sua morte, o espaço passou a se chamar Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas.
Maria Stella de Novaes (1894-1981) – Cientista e historiadora responsável por retratar, em livros, a história do Espírito Santo. Foi professora de desenho, caligrafia, ciências naturais e história natural. Uma das fundadoras da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras, publicou obras sobre botânica, pedagogia, história, folclore e literatura. Tem uma orquídea batizada com seu nome.
Carmélia Maria de Souza (1936-1974) – Jornalista e uma das mais importantes cronistas do Espírito Santo, foi pioneira nas atitudes de liberdade e afirmação dos direitos da mulher. Considerada a “Cronista do Povo”, teve seus escritos reunidos na obra póstuma “Vento Sul” (1976).
Maria Saraiva – Uma das mais tradicionais figuras populares de Vitória no final do século XIX, foi doceira, negra, ex-escrava, empreendedora de sucesso e devota de São Benedito. Em 1938, foi homenageada pelo prefeito Américo Poli Monjardim ao virar nome de uma das ruas do Centro. Morreu em 1912.
Para o coordenador do Coletivo Cores que Acolhem, Stefan Marques, a seleção de mulheres homenageadas está em consonância com os projetos desenvolvidos pelo grupo: “Este mural tem o DNA do Cores que Acolhem, que possui projetos voltados ao empoderamento feminino e ao combate à violência doméstica. Com base neste conceito, decidimos pela importância de destacar a história de mulheres que tiveram papel fundamental para o Centro de Vitória, levando essa história ao maior número de pessoas”, observa.
Ao final do Projeto “Cores que Acolhem – Colorindo o Centro”, previsto para o mês de abril, será lançado um catálogo, em formato virtual e físico, reunindo todos os murais pintados dentro desse corredor cultural, para registro de memória e encaminhamento a bibliotecas e arquivos públicos.
CONFIRA:
Mural “Marias do Centro”
Entrega: nesta terça-feira, 08 de março, às 10h30, com apresentação de quarteto de cordas formado por mulheres
Local: Rua Sete de Setembro, Centro, Vitória, próximo ao Morro da Fonte Grande
Realização: Coletivo Cores que Acolhem, por meio do Projeto “Cores que Acolhem – Colorindo o Centro”
Apoio: Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Vitória
SOBRE O CORES QUE ACOLHEM:
O Projeto Cores que Acolhem nasceu em 2017 como um coletivo de cultura do bairro de Jardim da Penha, em Vitória. O grupo é formado por mais de 15 produtores culturais com as mais diversas formações: gestão de projetos, administração, direito, educação social, artes plásticas, audiovisual, música, teatro, dança, economia criativa, artesanato e até mesmo medicina.
Com o passar do tempo, o “Cores” foi crescendo e houve a necessidade de dar ao coletivo uma personalidade jurídica, momento em que nasce a produtora cultural de mesmo nome.
Nesses cinco anos de atividades, o Cores que Acolhem foi premiado como melhor projeto de arte contemporânea pela Lei João Bananeira, do município de Cariacica, pela ação que revitalizou o terminal de passageiros da Ceturb, em Itacibá, contando a história do folclore daquele município. Além disso, o grupo pintou mais de cinco mil metros de murais na Grande Vitória, nos municípios de Cariacica, Serra e Vitória.
Fazem parte do portfólio do grupo trabalhos artísticos para o Instituto Unimed, Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (ACACCI), Parque Botânico da Vale, Prefeitura Municipal de Vitória, Supermercado Canguru e Prefeitura Municipal de Cariacica, entre outros.
Entre essas pinturas urbanas destacam-se o mural da escola municipal Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha, que marcou os 51 anos do bairro e os 50 anos da instituição de ensino.
O Cores que Acolhem também tem atuação na área da produção cultural, tendo assinado toda a programação da festa de 50 anos de Jardim da Penha, que incluiu a realização de uma feira de artesanato, pela primeira vez, dentro dos galpões do IBC.
“Nosso diferencial é que trabalhamos com todas as linguagens artísticas, aí incluídas as artes plásticas e visuais”, afirma Stefan Marques. Ele lembra que o grupo assinou a produção cultural do evento “Outubro Rosa”, em 2021, promovido pela Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (AFECC), no Palácio Anchieta, com atividades de poesia, dança, teatro, música e audiovisual.
Paralelamente, o Cores que Acolhem possui um trabalho de referência voltado para crianças com altas habilidades e superdotação, por meio da educação e da cultura, juntamente com a escola municipal Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha. Segundo seus integrantes, o coletivo se propõe a trazer luz, cor e alegria através da cultura e buscar uma convivência mais harmônica na sociedade. “Contar histórias através da arte, estimular a cultura e a economia criativa, valorizar territórios, estimular o pertencimento, transformar realidades sociais, estimular as pessoas a se conectar com aquilo que mais as inspiram e usar isso para uma grande transformação. Isso é o que nos move!”, aponta a advogada Renata Nunes.
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