A cafeicultura, principal atividade agrícola do Espírito Santo, é a expoente do novo projeto celebrado pelo Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), o projeto Conexão Café – Cafés Especiais do Caparaó, criado em parceria com a Caparaó Jr., uma empresa júnior formada por alunos do curso superior de Tecnologia em Cafeicultura, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), campus de Alegre/ES.
O lançamento oficial do projeto aconteceu na tarde de quarta-feira (22), em solenidade realizada no auditório do Ifes, no município de Alegre. O evento contou com a presença do diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande; do diretor de Rede do Banestes, Fernando Valli; do diretor de Meios de Pagamento e Administração de Recursos de Terceiros, Marcos Vinícius Nunes Montes; do superintendente da Regional Sul do Banestes (Sures), João Carlos Bussular; e de outros membros de equipes do Banestes.
Estiverem presentes, ainda, autoridades da Associação de Produtores de Cafés Especiais do Caparaó (APEC); do Ifes; do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper); da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag); além dos membros da equipe e da diretoria da Caparaó Jr., além do prefeito de Alegre, Nemrod Emerick (Nirrô).
A parceria entre o Banestes e a Caparaó Jr. tem como objetivo promover a execução de programas de crédito rural com assistência técnica e atividades de desenvolvimento de toda a cadeia de produção de cafés especiais na região do Caparaó. Uma ação que visa o fortalecimento econômico e social dos produtores rurais do Espírito Santo e que contribui para o desenvolvimento rural sustentável do Estado, em especial, na microrregião formada pelos municípios de Alegre, Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Iúna, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire e São José do Calçado. A região do Caparaó produz cerca de 2,4 milhões de sacas de café anualmente.
O idealizador da iniciativa, João Carlos Bussular, superintendente da Região Sul do Estado no Banestes, explica que o projeto foi construído a partir do desejo de aproximar ainda mais o banco dos produtores rurais do sul capixaba.
“No início de 2020, começamos a estudar uma forma de parceria que atendesse de maneira ainda mais especial os produtores da região do Caparaó Capixaba, onde se destaca o cultivo de cafés de alta categoria. Esses cafés vêm chamando a atenção no cenário nacional e também mundial, trazendo para a região turistas, apreciadores de café, pesquisadores e comerciantes internacionais de café. Nesse contexto, pretendemos, por meio do projeto Conexão Café, difundir de forma ainda mais assertiva o acesso às condições de crédito rural pelo Banestes nessas localidades, por meio da parceria com o Caparaó Jr. e com os produtores da região do Caparaó, para colaborarmos ainda mais com a expansão da atividade econômica”, disse Bussular.
O superintendente destacou ainda que as ações já começaram. “Nossos gerentes têm participado de encontros com produtores rurais do segmento de cafés especiais deste o início deste ano, com apoio da Apec e da Caparaó Jr., nos municípios que compõem os cinco núcleos da região do Caparaó. Temos grandes expectativas de fortalecimento dessa parceria”, relatou.
Para o diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande, o projeto Conexão Café significa mais um marco da representatividade do Banestes em prol do fomento das atividades agrícolas no Espírito Santo. “O Banestes ocupa um importante papel de apoio e manutenção da produção agrícola e da pecuária capixaba, que são atividades essenciais ao ciclo de desenvolvimento econômico e geração de renda no Espírito Santo. Na última safra [2020/2021], ampliamos em 38% o atendimento à agricultura familiar capixaba, comparando com o ciclo anterior”, pontuou.
José Amarildo Casagrande continuou: “Temos o compromisso de manter o incentivo à produção agrícola, fomentar parcerias e oferecer as melhores condições de mercado para o crescimento deste relevante setor. Estamos lisonjeados em podermos formalizar essa nova parceria em prol do desenvolvimento ainda maior da produção de cafés especiais na região do Caparaó, que tem grande representatividade e destaque no Espírito Santo e também no País.”
Durante a solenidade, foram realizadas apresentações sobre o desenvolvimento do custeio agrícola no Espírito Santo, a partir das linhas de crédito operadas pelo Banestes ao longo das safras, principalmente nas áreas da região sul do estado. Foram apresentadas ainda as informações sobre o planejamentos das ações relacionados ao projeto Conexão Café, que envolvem capacitações de produtores, caracterizações físicas e sensoriais de amostras de cafés, levantamento de estruturas e equipamentos, consultoria para a contratação de crédito rural, apoio na realização de encontros e mostras, produção de relatórios gerenciais, dentre outros.
Conforme salienta o professor do Ifes, orientador da empresa júnior Caparaó Jr., e coordenador do projeto Conexão Café, João Batista Pavesi, a importância da iniciativa se dá, principalmente, pela necessidade de operacionalizar ações da Denominação de Origem Caparaó.
“Com o reconhecimento do produto, se tornou necessária a ampliação da divulgação e a capacitação de mais produtores da região. O Conexão permite então que, tendo conhecimento, mais produtores possam adequar os seus trabalhos ao caderno de especificações técnicas, documentação que deve ser seguida para a obtenção do signo ‘denominação de origem’, de qualidade. A parceria com o Banestes permitiu, portanto, que tivéssemos recursos para que essa divulgação fosse ampliada, com ações de treinamentos, análises, participação em eventos, concursos e mostras. O nome do projeto resume o seu significado: a conexão de produtores a um movimento de denominação de origem e a comunicação disso ao mercado consumidor interno e externo”, contou Pavesi.
O coordenador destacou ainda que, com o projeto, os produtores já tiveram melhoras na pontuação de seus cafés em 2021. “Já temos registros de produtores que venderam a produção de café a R$ 2 mil e R$ 1,6 mil a saca. De 309 amostras que analisamos no laboratório do projeto, 69% são de cafés especiais. Isso é uma grande conquista”, declarou.
Plano Safra 2021/2022 Banestes
Durante a cerimônia de celebração do projeto Conexão Café, foi reforçado ainda que estão abertas as contratações de operações de Crédito Rural pelo Banestes no Plano Safra 2021/2022. O banco estadual anunciou a disponibilidade de R$ 200 milhões para esta nova safra.
Os recursos são destinados para produtores rurais fortalecerem as atividades agrícolas já consolidadas, além de incentivar novas culturas e criações.No Banestes, a safra de 2020/2021 foi fechada com o volume aplicado de R$ 171 milhões em crédito rural, distribuídos em 2.680 contratos.
Os recursos estão disponíveis para financiamentos nas modalidades de custeio agrícola e pecuário, para todos os portes de produtores, da agricultura familiar (Pronaf) aos grandes produtores. O crédito também está disponível na finalidade de investimento para o financiamento de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas, aquisição de animais, renovação e implantação de lavouras, construção e reformas, dentre outros.
Especialmente para a cultura de café, estão disponíveis linhas de financiamento para custeio de produtores e para capital de giro para indústrias de torrefação de café e cooperativas de produção.
O Banestes também possui importantes parcerias com empresas do mercado capixaba para financiamento de máquinas, equipamentos, peças e implementos agrícolas. As parcerias têm por objetivo assistir financeiramente os produtores rurais domiciliados no Espírito Santo e suas cooperativas, na aquisição de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas. Na Safra 2020/2021, as parcerias promoveram liberação de R$ 9 milhões para estas finalidades.
Saiba mais – linhas de Crédito Rural Banestes (condições vigentes até 30/06/2022):
· Custeio agrícola e pecuário – PRONAF – Pequeno produtor
Taxa: 3,00% a.a a 4,50% a.a, conforme cultura.
Prazo: até 24 meses.
· Custeio agrícola e pecuário – PRONAMP – Médio Produtor
Taxa: 5,50% a.a.
Prazo: até 24 meses.
· Custeio agrícola e pecuário – Demais produtores
Taxa: 7,50% a.a.
Prazo: até 24 meses.
· Custeio Agrícola para a cultura Café – Funcafé
Taxa: 7,00% a.a.
Prazo: até 14 meses.
· Capital de Capital de Giro – Indústrias de Torrefação de Café e Cooperativas de Produção
Taxa: até 7,00% a.a.
Prazo: até 24 meses.
· Investimento agrícola e pecuário – PRONAMP – médio produtor
Taxa: 6,50% a.a.
Prazo: até sete anos, conforme empreendimento e projeto técnico a ser apresentado.
· Investimento agrícola e pecuário – LCA
Taxa: a partir de 7,50% a.a.
Prazo: até sete anos, conforme empreendimento e projeto técnico a ser apresentado.
· Investimento – LCA – Parcerias
Taxa: a partir de 7,00% a.a.
Prazo: até sete anos, conforme projeto técnico a ser apresentado.