Em recente artigo, Fernando Gabeira referiu-se ao Espírito Santo como um “Estado apagado do Sudeste”. Seria um elogio: fomos citados como exemplo de “normalidade” em contraste com os desmandos do Rio. Mas apagados não somos. O comentário já foi contestado neste espaço pelo colega Evandro Milet, e eu gostaria de avançar no debate focando em inovação, na certeza de que ela ilumina e transforma o presente e o futuro.
Vitória acaba de figurar em 5º lugar no ranking das cidades mais inteligentes, conectadas e com maior potencial de desenvolvimento do país, feito pela consultoria Urban Systems, levando em conta 673 cidades com mais de 50 mil habitantes.
Startups capixabas ganham destaque mundial. A Olho do Dono, spin-off da Mogai, que realiza pesagem de boi no pasto com câmera 3D, já ganhou prêmios internacionais e fechou contratos com Argentina, México e EUA. A PicPay atingiu em maio a meta do ano e tem mais de 20 milhões de usuários. A Wine deverá fazer o seu IPO nos próximos dias.
Há diversos exemplos, num ambiente que ganha cada vez mais força com a MCI, a Mobilização Capixaba pela Inovação, ação conjunta iniciada há dois anos entre setor produtivo, academia e governo, para tornar o ecossistema de inovação capixaba cada vez mais forte. Entre outras startups que brilham, podemos citar Zaith, Ship, Coover, Dersalis, Raiz Capixaba, AEVO, Devix, Lume, Feedback Hunter, Destine-já, Auati, Kuau, Mito Games, Mican, Atman, Etaure, Aratu e Global Touch, entre tantas.
A MCI tem metas ousadas, mas factíveis: queremos colocar o ES entre os 5 Estados mais inovadores até 2030, ter 1.000 startups operando aqui e elevar dos atuais 3% para 20% o índice de empresas baseadas em tecnologia e inovação entre as 200 maiores do Estado. Os exemplos acima indicam que é possível.
O Findeslab comemora 1 ano, se consolidou como uma referência em inovação e lançou dias atrás o Programa Findeslab 2020, que promove o empreendedorismo industrial por meio da inovação aberta, e está com inscrições abertas. Oito grandes empresas apresentam seus desafios e, juntos, investem recursos para que startups possam desenvolver soluções com apoio tecnológico e mentoria. São R$ 5 milhões para a inovação na prática.
A MCI e os atores do ecossistema apostam na nova economia, certos de que estamos colaborando para que o ES conquiste o devido brilho na Federação.
Artigo publicado originalmente em A Gazeta, escrito por Léo de Castro. Léo é vice-presidente da CNI, presidente do Conselho Temático de Política Industrial da CNI, ex-presidente da Findes, vice-presidente no Conselho Deliberativo do Sebrae-ES e vice-presidente da Fibrasa.