O Espírito Santo vai contar até meados de 2022 com duas novas importantes fontes de informação sobre energias renováveis. O Governo do Estado prevê lançar, ainda em 2021, o mapa de radiação solar e planeja para o primeiro semestre do ano que vem o atlas eólico.
A notícia foi dada pela subsecretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides), Rachel Freixo, durante a Oil, Gas and Energy Week, evento promovido pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes).
Rachel explicou que o mapa de radiação solar está sendo desenvolvido pela Sectides em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), já o atlas eólico é um trabalho realizado em conjunto pela secretaria em parceria com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, empresa controlada pelo governo da Alemanha.
Ela ponderou que no caso do atlas eólico as informações vão ser disponibilizadas em diferentes etapas, já que a coleta completa de dados requer mais tempo, cerca de três anos. A primeira fase do projeto é estimada para ser divulgada no primeiro semestre de 2022.
De acordo com ela, a divulgação dessas informações somada a iniciativas que vêm sendo adotadas pelo Estado, como com o Programa Gerar, vão contribuir para que o Espírito Santo se torne uma referência na adoção de práticas sustentáveis e diversificação da matriz energética.
“Queremos expandir nosso sistema de energias renováveis, atrair investimentos e aproveitar o interesse que existe no mundo por projetos com esse perfil. Além da prospecção ativa que fazemos junto a potenciais investidores, estamos trabalhando para desburocratizar a legislação, principalmente a ambiental, e para estimular o desenvolvimento de pesquisa e inovação na área.”
O gerente executivo de Negócios da Findes e coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia, Cícero Grams, reforçou a vocação e o potencial que o Espírito Santo tem para produzir energia limpa. Ele citou que um levantamento feito em todo o país pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), companhia pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, mostrou as áreas com maior potencial para geração de energia eólica.
“O mapeamento identificou que os litorais dos estados do Nordeste, do Rio Grande do Sul, do Norte do Rio de Janeiro e do Sul do Espírito Santo são regiões mais propensas para a geração de energia eólica offshore. Ou seja, estamos entre os principais locais do país para receber investimentos de parques eólicos no mar”, explicou Grams ao comentar que duas empresas – a Equinor e a Votus Winds – já protocolaram projetos no Ibama interessadas em gerar energia a partir dos ventos no litoral Sul capixaba.
O gerente executivo disse que a energia solar também tem grande potencial e que os incentivos que vêm sendo dados no Estado aos autoprodutores domésticos, como a isenção de ICMS, vão acelerar a adoção dessa fonte de energia.
“Esse movimento que está acontecendo é muito positivo, afinal, estamos no caminho para a diversificação da matriz energética, fortalecendo o uso de fontes renováveis, e ainda vamos nos tornar mais independentes na nossa capacidade de geração. Hoje, a energia consumida aqui vem principalmente de outros estados.”
Programação
No primeiro dia de programação (09), a Oil, Gas and Energy Week contou com a participação de importantes nomes e instituições do setor energético capixaba e nacional.
Nos painéis foram debatidos temas como a agenda ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança), a diversificação da matriz energética, o cenário de petróleo e gás do ES e os projetos da Equinor para o Estado e para o Brasil.
O evento está disponível no Youtube, no link: https://www.youtube.com/watch?v=zbQ1Kd2Hsqw
Na quarta-feira (10), foram realizados painéis e debates sobre mercado de gás, oportunidades de descomissionamento de plataformas e projetos da Petrobras para o Espírito Santo. As apresentações podem ser conferidas pelo link https://youtu.be/p-RyflL2tjk