A produção industrial no Brasil apresentou queda em dez dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados se referem a junho de 2021 – quando o balanço passou pela última atualização – e são comparados ao mês imediatamente anterior. No entanto, quando a relação é feita com o sexto mês de 2020, o indicador registra saldo positivo.
Um dos destaques é o estado do Espírito Santo. Neste recorte, a Unidade da Federação teve aumento de 34,3%. Os números também repercutiram no Congresso Nacional. Segundo o deputado federal Neucimar Fraga (PSD-ES), o quadro se deve ao bom desempenho do estado no comércio exterior.
“Com a subida do dólar, as exportações aumentaram, assim como o valor das mercadorias. Com isso, o setor industrial, o qual boa parte trabalha para exportação, acabou faturando mais, e esse crescimento se deve a isso. E, consequentemente, também houve aumento de produção”, considera.
Cenário nacional
De acordo com pesquisa do IBGE, a produção nacional teve variação nula na passagem entre maio e junho. Quando comparada com junho de 2020, a produção industrial subiu 12%.
Para o resultado deste último recorte, o conselheiro do Conselho Federal de Economia, Carlos Eduardo de Oliveira Júnior, entende que houve uma participação do avanço da vacinação contra Covid-19. Já para justificar a estagnação na comparação anterior, ele elenca variados fatores.
“Isso pode ser detectado por alguns problemas conjunturais. Um deles é a elevação dos custos, com a elevação dos produtos importados, e também com a elevação do dólar. Isso faz com que a produção se reduza. Agora, temos uma grande incógnita, porque a elevação no preço da energia elétrica também vai fazer com que a produção não cresça, porque a energia elétrica está muito cara”, afirma.
O balanço do IBGE revela, ainda, que, no indicador acumulado para o período entre janeiro e junho deste ano, frente a igual período de 2020, a expansão verificada na produção nacional alcançou doze dos quinze locais pesquisados, com destaque para Ceará (26,8%), Amazonas (26,6%) e Santa Catarina (26,1%).