Comerciantes e trabalhadores foram a sede da Prefeitura de Mimoso do Sul, na manhã de ontem, segunda-feira (22), protestar contra o fechamento dos estabelecimentos não essenciais após decreto do Governo Estadual. Revoltados com a decisão, que é válida até o dia 31 deste mês, eles seguravam cartazes e pediam o retorno do funcionamento das lojas.

Para a comerciante Patrícia Moreira, tanto ela, quantos outros empresários precisam pagar as contas e estão dispostos a cumprir as medidas para conter a Covid com mais rigidez.
“Estamos reivindicando apenas nosso direito de trabalhar e honrar nossos compromissos diários, nossas contas. Nós vivemos do dia a dia, estamos obedecendo ao decreto, mas precisamos abrir nossos comércios. Vamos fazer o que tiver de ser feito, se tiver que entrar uma pessoa só por vez, vamos cumprir. Estamos na frente da Prefeitura porque queremos uma resposta. Supermercados, loterias, estão lotados, com filas enormes e não estão cumprindo nenhuma regra sanitária, e porque só nós estamos fechados?”, disse.
Segundo o empresário Dinomar Pereira dos Anjos Filho, é revoltante que parte dos estabelecimentos estejam abertos e outra parte não.
“Casa de material de construção, farmácias e supermercados aglomeram mais gente do que as pequenas lojas, barbearias, que normalmente entra um cliente por vez. Essas estão todas fechadas. Essa manifestação é para pedir apoio da população e aos nossos governantes. Não estamos levando o vírus para ninguém. Queremos direitos iguais, 70% dos comércios estão funcionando e a gente não”, afirmou.
Dinomar ainda enfatiza que, na opinião dele, as medidas para conter o coronavírus se tornou, na verdade, uma briga política.
“O vírus se transformou num vírus político. Precisamos todos nos abraçar e mover uma ação. O comércio pequeno precisa reabrir. Se pode funcionar somente os essenciais, porque material de construção está aberto? Onde é essencial? Queremos apenas trabalhar, direitos iguais para o pequeno e o grande. Nossa manifestação aqui é pequena, mas, nossa esperança é abrandar o coração das nossas lideranças para que possamos reabrir nossos comércios?”, desabafou.
“Não concordamos que alguns comércios chamados não essenciais fiquem fechados, enquanto outros estão abertos, com aglomeração. Nosso comércio não tem aglomeração e seguimos todas as regras sanitárias, com álcool em gel e cartazes informativos”, reivindicou a comerciante Rosa Maria Pena Braga Lopes.
Rosa está preocupada com as contas que vão vencer e os salários dos funcionários. “Recebi R$ 50 mil de mercadorias. E tenho que cumprir com os compromissos. Tenho duas lojas e seis funcionários”, explicou.
A proibição do funcionamento de comércios que não prestam serviços essenciais no Estado foi oficializada por meio de decreto publicado no Diário Oficial do Governo do Espírito Santo e é válida entre os dias 18 e 31 de março.
Segundo o governador, Renato Casagrande, a decisão precisou ser tomada depois do Estado registrar aumento no número de casos confirmados da doença, aumento do número de mortes de infectados, além da porcentagem de ocupação de leitos de UTI chegar a 100% em alguns hospitais do ES.
A medida, segundo Casagrande, é para evitar um colapso no Sistema de Saúde capixaba, a ter como exemplos os estados vizinhos, que estão amontoando mortos em decorrência da Covid por não terem estrutura capaz para enfrentar a pandemia. fonte: mimosonews/ portaldenoticias24horas